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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AUTISMO, UMA LUTA INTERMINÁVEL...



E a dificuldade em achar um tratamento continua...

A advertência é ouvida por quase todos os pais que, após passar por muitos consultórios, descobrem o autismo dos filhos. A partir daí, começa a nova peregrinação: onde encontrar tratamento?
Essa é uma tarefa árdua, em especial para famílias de baixa renda. Não há unidades especializadas para o tratamento nas redes públicas de saúde e educação.
O problema é gravíssimo, pois quando sai o diagnóstico, o profissional na maioria das vezes não sabe para onde encaminhar a criança. Centenas de crianças autistas passam por consultórios de psiquiatria nos últimos anos, mas de que adianta um diagnostico se não se consegue um tratamento?

É amigos, a maior parte do tempo, fico angustiada, pois as portas só se fecham para nós. Já procurei muitas instituições na baixada santista onde a única coisa que me dizem é: “não temos o profissional adequado para o seu filho”. A vontade que tenho às vezes é de “sumir do mapa”. A tristeza bate a porta dos pais a cada dia e frustração acaba não ajudando a se manter firme na caminhada.

Eu, há dois anos atrás, acredito que passei pela pior fase que já pude conhecer a de achar que nada vai adiantar, de que a minha luta vai ser em vão.

Quando meu filho completou três anos, conseguimos uma vaga no ambulatório de psiquiatria da Unifesp no Hospital São Paulo, para conseguir um diagnóstico, pois até então se tinha só a suspeita de autismo. Foram longos dias que nós dois tivemos que ir para São Paulo, e neste período, senti muito medo, tristeza, raiva, frustração, foi realmente um momento de auto conhecimento para mim e para ele. A equipe multidisciplinar que o atendeu naquele ano não conseguiu fechar o diagnostico e não repassou o prontuário para a do próximo ano. Ligava praticamente todos os dias para saber alguma informação, pois tinha medo de perder a vaga dele no ambulatório que sem duvidas é muito concorrida por pacientes de todo país.

Acabei chegando a uma fase que achava que de nada iria adiantar o meu esforço, e os primeiro sintoma de depressão começaram a aparecer. Acabei tirando ele até da fono que já fazia a alguns meses.

Chorava por tudo. A presença das pessoas fazia eu me sentir mal, me isolei totalmente do mundo. Depois de me apegar muito a Deus, que sem duvidas a ajuda espiritual é de extrema importância para nós pais nessas horas, consegui aos poucos ir colocando as idéias no lugar e entrei em contato com a corregedoria do hospital, falando tudo o tinha acontecido até o momento. Logo corrigiram o erro de não repassar o prontuário do meu filho marcando uma consulta no ambulatório na semana seguinte com o novo psiquiatra que o atenderia.

Foi a partir daí que a minha visão mudou. O diagnóstico dele já está fechado a um mês e acredito cada dia mais que conseguirei de alguma forma melhorar essa realidade.

Lembro que na época que eu estava desacreditada, ouvi na tv uma frase que ate hoje é parte do meu lema: "Porque a Deus, nenhuma coisa é impossível" luc 1,37.

Hoje para eu ter essa força de lutar a cada dia sei que se um dia caminho na escuridão da noite, de manhã, tenho a certeza de um novo amanhecer.

Pais, lutem interminavelmente por seus filhos, não esmoreçam e não percam a certeza desse novo amanhecer a cada dia, e saibam que aos olhos de Deus, todos são iguais.

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